Mar Morto

Em um de nossos dias em Jerusalém, fizemos o passeio ao Mar Morto, by ourselves. Inicialmente iríamos reservar um tour privado, passando o dia na fortaleza de Masada + Mar Morto. Mas eu não ia gostar de ir de tour, sabendo que era tão fácil ir por nossa conta, além de infinitamente mais barato. Então, não tivemos dúvida: fomos por nossa conta!

Na porta do nosso hostel tomamos o trem grátis que vai até o Terminal de ônibus de Jerusalém. Lá, pegamos um dos 3 ônibus que passam pelo Mar Morto:  421, 486 ou 444. Atenção, pois os ônibus saem cedo. Informações de horário no site da Egged Tours.

Nosso ponto de parada foi a área de banho de Ein Gedi. A viagem dura cerca de 1,5 horas. Atenção, pois Ein Gedi tem 3 paradas: a primeira é o parque florestal, com cachoeiras e trilhas; a segunda que é a área de banho free, que foi onde ficamos; e a terceira, que era a área de Spa. Nem a primeira nem a terceira nós conhecemos, então não posso dizer como é.

Um outro ponto comum de para, que vi várias pessoas descendo, foi Kalia Beach, bem mais perto de Jerusalém, bem no comecinho do Mar Morto.

A área em que paramos tinha toda infraestrutura necessária para passar o dia, como restaurantes, toiletes, área para camping, etc. Muitos israelenses levam barracas, comidas e bebidas para esta área, onde passam o dia com suas famílias. Sinceramente, não há o que se fazer lá tanto tempo. 

Sobre o Mar Morto

O Mar Morto é ponto mais baixo da Terra, situado a 418 m abaixo do nível do Mar. Também é o mais salgado, com 10 vezes mais sal que os oceanos (30% de sal). O nome Mar Morto é explicado pela falta de vida marinha no local, já que nenhuma espécie de vida consegue crescer em tamanha concentração salina.

Por causa desta altíssima quantidade de sal, a flutuabilidade das pessoas é obrigação. Tenho certeza que ninguém morrerá afogado no mar Morto. É impossível se afundar, o que torna um banho comum uma atividade extremamente divertida, já que ficamos girando igual frango assado no rolete! Com tantos superlativos, o Mar Morto desperta a curiosidade de viajantes do mundo inteiro, que querem flutuar em suas águas nem que seja uma vez na vida!

Na verdade, o Mar Morto é um lago alimentado pelo Rio Jordão, com 82 km de comprimento por 18 km de largura. Fica no lado Palestino e banha a Jordânia, Israel e a Cisjordânia.

Algumas regras cruciais para desfrutar de um banho no Mar Morto:

- Primeiro, vá provido de muito protetor solar, pois o sol é escaldante!

- Use óculos de sol. Se você também não quiser perder suas bijoux, não entre com elas na água, ou você ficará sem devido à corrosão que o sal causa (esqueci desta regra e perdi um brinco).

- Use chapéus, bonés e afins

- Tome muito líquido para hidratar

- Fique no máximo 15 minutos dentro d'água

- Jamais mergulhe a cabeça

- Se beber água acidentalmente, procure atendimento no local. Eu não bebi, mas o Alê acabou dando uma engolidinha sem querer e não teve uma boa experiência. 

Agora, a melhor dica é ir com sapatilha própria para andar em pedras. Compramos a nossa no Egito e ela salvou nossos pezinhos. As pedras são super afiadas por causa do sal e muita gente entra de havaianas, mas quem já entrou na água de chinelos sabe que é um caos! 

Sal no olho arde pra dedéu

A segunda maior atração do passeio ao Mar Morto, depois do banho de mar, é o banho de lama medicinal, disponível naturalmente em pequenas fontes ao longo da margem. A gente enfia a mão na fonte da lama e se besunta toda! É uma delícia e você sai com a pele revigorada, novinha em folha! Um verdadeiro tratamento de beleza natural e totalmente free!

A lama do Mar Morto, bem como os sais minerais para tratamentos de pele são vendidos no mundo todo, por preços exorbitantes. Mas só aqui você pode usufruir deste verdadeiro tratamento estético sem te custar nada a mais!

  

 

Como era véspera de Shabbat, voltamos para Jerusalém relativamente cedo, por conta dos horários de ônibus restritos e, enquanto aguardávamos o ônibus no ponto, conhecemos um casal de adolescentes  brasileiros, ambos judeus, que estavam fazendo intercâmbio na cultura judaica há quase 1 ano,  convivendo em kibutz na região de Gaza, dentre outros. Ficamos fascinados com as histórias deles. O Alessandro ficou super empolgado pra conhecer os arredores de Gaza depois disso. Confesso que meu lado aventureiro estava prestes a concordar com os delírios dele e ir até Beer-Sheeva, cidade mais próxima. Acho que se tivéssemos um diazinho a mais em Israel eu até iria, mas meu lado racional preferiu gastar o último dia em Tel Aviv mesmo, de frente pro Mediterrâneo. Com certeza, era mais seguro, apesar de mais pacato!

Esperando o bus na rodovia...

É fato que o Mar Morto vai acabar logo (já perdeu 1/3 de sua superfície nos últimos 50 anos). E quando ele desaparecer do mapa e eu estiver bem velhinha, olharei este post e poderei dizer pros meus netos e bisnetos: "a vovó esteve lá" kkkk.